quinta-feira, 22 de abril de 2010

BIODIESEL


Combustível natural usado em motores diesel, produzido através de fontes renováveis, que atende as especificações da ANP.
Definição Geral estendida:
Combustível renovável derivado de óleos vegetais, como girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel, em qualquer concentração de mistura com o diesel. Produzido através de um processo químico que remove a glicerina do óleo.
Definição Técnica:
Combustível composto de mono-alquilésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais e designados B100.
Definição da legislação brasileira:
Bicombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido de recursos domésticos, renováveis. Os Biodieseis não contem petróleo, mas pode ser adicionado a ele formando uma mistura. Pode ser usada em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de modificação. O Biodiesel é simples de ser usado, biodegradável, não tóxico e essencialmente livre de compostos sulfurados e aromáticos.

O Biodiesel é fabricado através de um processo químico chamado transesterificação onde a glicerina é separada da gordura ou do óleo vegetal. O processo gera dois produtos, ésteres (o nome químico do biodiesel) e glicerina (produto valorizado no mercado de sabões).

O biodiesel de qualidade deve ser produzidas seguindo especificações indústrias restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovação no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agência Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuição. Os óleos vegetais puros não estão autorizados a serem utilizados como óleo combustível.

O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultra baixo teor de enxofre, porque confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade.

Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente.
A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem se dado em quatro níveis de concentração:

· Puro (B100)
· Misturas (B20 – B30)
· Aditivo (B5)
· Aditivo de lubricidade (B2)

As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuis, sendo que para a mistura B5, não é necessário nenhuma adaptação dos motores.

O biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptações.

Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico.

Como se trata de uma energia limpa, não poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados.

Dono da maior biodiversidade do mundo e com uma vasta quantidade de oleaginosas, o Brasil deu início a exploração de mais uma fonte de energia limpa com a inauguração da primeira usina de biodiesel no dia 24 de março de 2005. “Estamos dando um sinal ao mundo de que, em um futuro bem próximo, o petróleo não será motivo para que haja guerra no mundo”, disse o presidente Lula durante a homologação da usina Sayminas Biodiesel (Grupo Biobras), em Cássia (MG), como a primeira a comercializar o combustível.

O Biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais, gorduras animais ou óleos residuais de fritura e pode ser usado puro ou misturado ao diesel de petróleo, sem que seja necessária modificações em motores automotivos ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc.). A sua adaptabilidade aos motores de biodiesel é a principal vantagem em relação a outros combustíveis limpos como o biogás e gás natural.

Para o Brasil, além de reduzir a dependência em relação ao petróleo, a produção do bicombustível fortalece o agronegócio e cria um novo mercado para óleos vegetais. Lula definiu a inauguração do programa brasileiro de biodiesel, chamado “Plantando Combustível”, como uma nova matriz energética com ganhos sociais, já que o programa será inicialmente sustentado por produção de oleaginosas por pequenos agricultores, muitos de regiões pobres do país.

O produto será comercializado na proporção de 2% de biodiesel para cada litro de óleo diesel e levará a uma economia de US$ 425 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhões) por ano, segundo a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef. A partir de 2008, o governo pretende ampliá-la para 5% e torná-la obrigatória. Até 2007, a mistura será opcional.
Agronegócio – Efeitos multiplicadores
Segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), a utilização de B10 (mistura na proporção de 10% de biodiesel) permitiria a substituição total do diesel importado, que custa US$ 800 milhões aos cofres públicos. Entretanto esta é apenas uma parte da vantagem econômica, já que o agronegócio vinculado a su produção geraria efeitos multiplicadores sobre a renda, emprego e base de arrecadação tributária, além de alavancar o processo de desenvolvimento regional.
Mercado de Carbono

Além de promover a redução da poluição ambiental, a produção de biodiesel possibilita pleitear financiamentos Internacionais no mercado de créditos de carbono, sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto.

Melhorar as condições ambientais, segundo o MCT, sobretudo nos grandes centros metropolitanos, significa evitar gastos dos governos e dos cidadãos no combate aos males da poluição, estimados em cerca de R$ 900 milhões anuais.


Biodiesel brasileiro em números

Consumo brasileiro de diesel

37 bilhões de litros

Redução da importação com o biodiesel

33%

Quanto será adicionado

2% a cada litro de diesel

Economia estimada

US$ 425 mil

Obtenção

O biodiesel pode ser obtido através do craqueamento, da esterificação ou pela transesterificação. Esta última, mais utilizada, consiste numa reação química de óleos vegetais ou de gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador. Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se podem produzir o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.

Biodiesel no Mundo

Europa - Em 2005, os países da União Européia deverão usar pelo menos 2% de combustíveis renováveis, percentual que irá crescer gradativamente. Hoje, o total produzido na Europa já ultrapassa 1 bilhão de litros por ano, tendo crescido à taxa anual de 30% entre 1998 e 2002.

A Alemanha é a maior produtora de biodiesel do mundo, com capacidade de R$ 1 milhão de toneladas anuais. O país é ainda responsável por mais da metade da produção européia de combustíveis e conta com centenas de postos que vendem o biodiesel puro (B100), com plena garantia dos fabricantes de veículos. O produto também é mais barato do que o óleo diesel, já que há completa isenção dos tributos em toda a cadeia produtiva desse bicombustível.

A França é o segundo maior produtor, com capacidade de 460 mil toneladas anuais. O principal motivo para optar por este combustível é melhorar as emissões dos motores, em especial através da eliminação das mercaptanas, substâncias ricas em enxofre, extremamente danosas a saúde dos animais e das plantas.

Nos Estados Unidos, os estados de Minnesota e Carolina do Norte aprovaram uma lei que obriga a mistura de 2% de biodiesel no óleo diesel desde 2002, porém a capacidade nacional estimada está entre 210 a 280 milhões de litros anuais. Gradativamente o país dá mais atenção ao bicombustível, visando melhoras ambientais. A proporção que tem sido mais cogitada para a mistura tem sido 20%. O Programa Americano de Biodiesel é todo baseado em pequenos produtores e consumidores. Existem cerca de 15 empresas não-especializadas que produzem Biodiesel para uso próprio ou para a comercialização em todo o país.

Os argentinos iniciaram o programa de biodiesel com o estabelecimento dos padrões para o combustível através da Resolução 129/2001. O Decreto Governamental 1.396 de novembro de 2001, isenta de impostos por 10 anos toda a cadeia produtiva.

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